segunda-feira, 25 de julho de 2011

Suinocultura



Modelos de sistemas de produção:

Basicamente as criações podem ser intensivas ou extensivas.
Na criação intensiva os animais são criados confinados em baias ou gaiolas, num terreno relativamente pequeno- proporcional ao tamanho de sua granja- , apresentando preocupação com a produtividade e economicidade do sistema. Existem 3 tipos de criação intensiva: ao ar livre, em que os animais ficam em piquetes, exceto nas fases crescimento e terminação, nas quais ficam confinados; tradicional, em que se utiliza os piquetes apenas para os machos e para se fêmeas em cobertura ou gestação; confinado, em que os animais permanecem de todas as categorias permanecem sob piso e sob cobertura, podendo subdividi-los por fases em vários prédios.

Tipo de Produção:

O produtor pode optar por uma produção que englobe todo ciclo de produção ou por apenas uma fase ou outra do ciclo de produção. Assim, a produção pode ser classificada em : produção de ciclo completo, que abrange todas as fases de produção e que tem por produto o suíno terminado; produção de leitões, que envolve a fase de reprodução e tem por produto final os leitões - estes podem ser leitões desmamados, que tem em média 21 a 42 (6 a 10 Kg)dias ou leitões para terminação, que tem em média 50 a 70 dias (18 a 25 Kg); produção de terminados, que envolve somente a fase de terminação e que tem por produto final o suíno terminado; produção de reprodutores, que visa obter futuros reprodutores machos e fêmeas.

Monitorias Sanitárias:

A sanidade ou saúde é um dos pilares de sustentação da produção intensiva de suínos, uma vez que objetiva diminuir riscos e reduzir custos, e para tanto exige medidas de biossegurança, programas de vacinação, medicacõs profiláticas, programas de limpeza e desinfecção, entre outros.
As monitorias sanitárias são formas de constatar, qualificar e quantificar o nível sanitário de populações de suínos para determinada doença ou infecção.
Com essas monitorias, feitas por médicos veterinários, é certificar que uma determinada granja está livre de uma determinada doença ou quantificar os níveis em que certa doença se apresenta para tomar iniciativas corretivas ou preventivas. Ainda com a monitoria, é possível verificar os resultados obtidos após a aplicação de certa medida.
Essas monitorias podem ser feitas aos animais, ao ambiente onde os animais estão alojados, aos insumos que são utilizados no sistema de produção (água, ração, medicamentos) e às pessoas que trabalham com esses animais.
As monitorias podem ser feitas por exame clínico ou necropsia, por exames laboratoriais sorológico, bacteriológico, virológico, parasitológico, histopatológico, ou em abatedouros o exame anatomopatológico.
Quanto a monitoria sorológica, esta consiste em detectar doenças que freqüentemente acometem um sistema de produção de suínos que merecem a atenção dos produtores como a leptospirose, parvovirose, doença de Aujeszky, pleuropneumonia suína, síndrome reprodutiva e respiratória suína, gastroenterite transmissível, pneumonia enzoótica, renite atrófica progressiva, pasteurella, tuberculose, brucelose, entre outras.
Existe, como já citado, a possibilidade de se monitorar o ambiente da granja. Para uma granja que, mesmo realizando práticas de manejo adequadas ( de população, lavagem, desinfecção e vazio sanitário), sofreu um problema sanitário é possível avaliar se essas práticas foram bem feitas introduzindo animais "cobaias" (sendo sentinela um outro termo, que também é muito empregado neste caso) na granja, avaliando o desempenho deles, antes de introduzir uma nova população.
Para uma boa manutenção ambiental, mantendo o nível de contaminação ambiental sob controle, é necessária a adoção de um programa de limpeza e desinfecção da granja, garantindo um sistema mais eficiente e lucrativo.
Algumas práticas simples podem ser adotadas como evitar presença de fezes no piso, de leitões doentes junto com os sadios, de cadáveres não enterrados, instrumentos de trabalho sujos e contaminados como tesouras, alicates, pás, carrinhos...e instituir a utilização de roupas e botas exclusivas para uso na granja, diminuir ao máximo o contato dos funcionários da granja com outras criações, limitar o número de visitantes na granja e, quando o tiver, instituir o banho e a troca de roupa das visitas.
Estas medidas não irão impedir totalmente o risco da ocorrência de doenças, mas o minimiza significativa-mente.
A monitoria de insumos como água, ração, vacinas é importante também para prevenção de agentes não desejados na granja, evitando o uso de rações mofadas, água suja ou quente, e medicamentos com prazo de validade vencido ou armazenados de forma incorreta.
Essas práticas de monitoria, limpeza e desinfecção trarão benefícios ao criador não só na melhoria da performance e na produtividade, mas também na redução de gastos com medicamentos, de animais refugos e de doenças como diarréias, problemas de pele e respiratórios e com parasitas.

Controle de Parasitas:

Doenças causadas por endoparasitas, mais conhecidas como verminoses, merecem grande atenção dos criadores, pois são responsáveis por grandes perdas anuais em granjas de suínos cujo sistema seja extensivo ou semi-intensivo, ou seja, em sistemas nos quais os animais têm contato com a terra.
Essas doenças podem acometer tanto animais jovens como adultos, retardando muito - quando não levam à morte - o desenvolvimento do animal e a obtenção do produto desejado.
Os sintomas mais observados são diarréias, anemias, desidratação, perda de apetite, podendo levar à morte.
Além das medidas de limpeza e desinfecção é adotado o uso de anti-helmínticos para controle de endoparasitoses, mas estes devem ser usados corretamente para cada fase do sistema de produção, como na amamentação, suínos desmamados ou na engorda, matrizes e cachaços e por isso devem ser ministrados sob orientação de veterinários.
As ectoparasitoses também são comumente encontradas nas granjas causando grandes perdas na produção. São representadas pelas sarnas, piolhos, pulgas e bicheiras (moscas causadoras de miíases).
A sarna caracteriza-se pelo aparecimento de prurido intenso, pústulas (feridas), crostas, queda de pêlo e espessamento da pele nos animais.
Normalmente, usa-se a pulverização, banhos de imersão, camas medicadas e aplicações manuais (injetável ou pour-on) de acaricidas, ou seja, sarnicidas, sendo que estes medicamentos devem ser prescritos por veterinários.
Já os piolhos são percebidos pelo criador só ao longo de um certo tempo, com perdas graduais e contínuas , retardando o crescimento de leitões, perda de peso e ainda pode ser vetor de doenças graves como peste suína, varíola e erisipela.
É facilmente diferenciado da sarna, pois é possível visualizar o parasito na pele dos animais.
Diversos inseticidas têm ação piolhicida, mas é
preciso a indicação correta do medicamento, além da boa aplicação do medicamento em todas as partes do corpo do animal (inclusive dentro das orelhas), bem como nas instalações e equipamentos.

Controle De Moscas:

Esse inseto é causador de grandes prejuízos na prática de produção de suínos, uma vez que veiculam agentes causadores de doenças como bactérias, vírus, protozoários, ovos de vermes, além de utilizarem, em alguns casos, do próprio tecido animal (pele, sangue) quando este apresenta alguma lesão, para completarem seu ciclo de vida.
Além desses problemas, as moscas causam estresse nos animais e sujam o ambiente (paredes, vidros, lâmpadas, bebedouros, comedouros) com suas fezes e vômitos.
Algumas medidas de controle podem ser citadas, entre elas: não deixar esterco acumulado nas instalações; lavar as instalações com água, pelo menos 2 vezes por semana; animais mortos, resíduos de parições e outros resíduos devem ser enterrados ou colocados em fossa construída para tal finalidade; uso de telas e portas nos locais onde se trabalha com alimentos; utilização de inseticidas indicados para tal fim; ter um esquema de tratamento de dejetos ou, pelo menos, separar a parte sólida da líquida.
Essas medidas permitem uma redução de 90% da população de moscas, com a vantagem de serem de baixo custo.
Cuidados:

  
1. Cuidados antes do nascimento:
- Desinfecção da maternidade;
- Três dias antes do parto, lavar e desinfetar a porca e alojá-la na maternidade;
- Assegurar boa proteção e temperatura adequada na maternidade, sem prejudicar a renovação do ar.

2. Cuidados no 1º dia de vida do leitão:
- O criador deve assistir o parto;
- Usar pano limpo ou papel toalha para enxugar os leitões;
- Amarrar e cortar o umbigo dois dedos abaixo do ventre;
- Pulverizar o umbigo com iodo;
- Cortar as presas rente à gengiva;
- Fornecer calor aos leitões com lâmpadas ou campânulas de gás;
- Orientar as primeiras mamadas.

3. Cuidados no período do aleitamento:
- Dar ½ml de vitamina para os leitões mais fracos em dias alternados;
- No 3º dia aplicar 2 ml de medicamento a base de ferro;
- Vacinar contra paratifo na 1ª semana;
- Dar ração inicial a partir do 8º dia de vida;
- Castrar os machos antes da 3ª semana e pulverizar com iodo;
- Desmamar os 1eitões aos 35-42 dias de idade e levá-los para a creche.


4. Cuidados com os leitões na creche:
- A creche é uma instalação onde ainda deve ser feito o controle de temperatura;
- De preferência, alojar os leitões por leitegada;
- Se agrupá-los, formar lotes uniformes com 20 leitões no máximo;
- Os leitões continuam recebendo ração inicial na creche;
- Aos 50 dias primeira dose de vermífugo;
- Aos 60 dias vacinar contra peste suína;
- Aos 65 dias, misturar na ração de recria e inicial, em partes iguais, fornecendo esta mistura até os 70 dias de idade.


5. Cuidados com suínos até o abate:
- Levar os leitões, com aproximadamente 70 dias de idade, da creche para as instalações de recria e terminação;
- Alojar os leitões em baias, de preferência, formando os mesmos grupos da creche;
- Fornecer ração recria à vontade até completarem 55-60 kg de peso vivo;
- Aos 120 dias aplicar segunda dose de vermífugo;
- Dos 55-60 kg de peso vivo, fornecer ração de terminação até o abate;
- Os animais estarão prontos para o abate com 95-100 kg de peso vivo;
Obs: Os animais destinados ao abate nunca têm acesso a piquetes

CRIAÇÃO:

 
Sistema Extensivo ou a Solta: os animais são rústicos, não recebem nenhuma alimentação, sem controle sanitário, restos de cultura, sem ração, ou na própria cultura.

Sistema Semi-Extensivo: animais presos em mangueirão recebendo algum tipo de alimentação (animais rústicos).

Sistema Intensivo: confinado e semi-confinado.

a) confinado: diminui a vida útil do animal. Os animais engordam e cai eficiência reprodutora, raças altamente especializadas. Todas as fases ocorrem em confinamento. Balanceamento perfeito da alimentação, mão-de-obra especializada. Manejo perfeito.
b) semi-confinado: algumas fases ocorrem em piquetes (gestação, pré-gestação, machos reprodutores, aleitamento). Outras fases confinadas (recria, acabamento). Parição: (5 a 7 dias antes a porca é confinada).

Fases da Criação
Cria Fêmeas em gestação, pré gestação, lactação, leitoas mamando de 28 a 42 dias (+ ração).

Recria
Futuras fêmeas para plantel, de 7 a 8 meses, cachaço adulto de 12 a 15 meses, cachaços jovens de 8 meses, leitões desmamados de 60 a 70 dias de 18 a 22 kg, até 120 dias ou 55 a 60 kg.

Terminação ou Acabamento
De 120 dias ou dos 60 aos 180 kg 
Engorda:

 
Por ser considerada a fase mais fácil de manejar os suínos, a terminação é muitas vezes negligenciada, não sendo cuidadosamente observados certos aspectos importantes que podem roubar os lucros do criador. Vamos considerar a fase de terminação como aquela compreendida entre os 25 quilos de peso até a venda dos animais para o abate, em torno de 90 quilos. Os 25 quilos de peso do leitão coincidem com a época em que ele deve ser retirado da gaiola (creche) e alojado num local definitivo até a venda.

Alimentação:

No dia em que os leitões são retirados do local onde estão alojados e levados ao galpão de terminação, a alimentação não deve ser mudada, administrando-se por mais de dois a três dias o mesmo alimento que vinham recebendo.
Um aspecto importante a considerar nas mudanças de uma fase de alimentação para outra é que toda troca deve ser gradual - ou seja, deve demorar no mínimo três dias; no primeiro dia administra-se 25% do novo alimento; no segundo dia, 50%; no terceiro dia, 75%; e finalmente no quarto dia pode-se fornecer totalmente o alimento que substituirá o anterior.
A alimentação deve ser administrada em comedouros automáticos com, no mínimo, uma abertura (boca) para cada quatro suínos, e nunca deve faltar, para que os animais desenvolvam-se mais rapidamente e cheguem ao peso de mercado o mais cedo possível.
Uma alimentação bem balanceada é indispensável. Para aqueles que dispõem de grãos (milho e outros) é recomendado o uso de concentrados. Na hora de comprar o alimento concentrado para misturar com os grãos disponíveis na propriedade, é importante levar em conta que. muitas vezes, o mais barato não é o que dará maiores lucros.
E importante verificar a conversão alimentar de cada loto vendido para uma avaliação do desempenho, do manejo executado, da qualidade dos animais, da higiene adotada e do alimento que foi administrado. No caso da ração pronta, o criador deve procurar uma peletizada (granulada), pois, além de evitar desperdícios, melhora de 6 a 8% a conversão alimentar. Em outras palavras, o animal consome menos ração para chegar ao peso de venda e isto é dinheiro ganho pelo criador.

Água:

É indispensável e deve estar a disposição dos animais a todo o momento; deve ser de boa qualidade e livre de impurezas. O consumo, nesta etapa, é de aproximadamente três litros puxa cada quilo de alimento consumido. E recomendível mandar analisá-la pelo menos uma vez por ano, coletando-se amostras na fonte, na caixa e no bebedouro. Deve haver um bebedouro para cada grupo de 20 a 25 animais; em climas quentes recomenda-se colocar dois bebedouros. Devem ser colocados no sentido oposto do comedouro, sobre a parte ripada (se o piso tiver) ou próximo à abertura (luz), por onde passarão os dejetos.

Temperatura e ventilação:

Na fase de terminação, a temperatura ideal é em torno de 21ºC. A má ventilação em galpões de suínos, quando as repartições estio completas e há uma concentração de gases provenientes das fossas de retenção de excremento, pode desacelerar o crescimento, criar problemas sociais e originar mordeduras de rabo.

Agrupamento: 

É importante agrupar os leitões por tamanho e não necessariamente por leitegada. pois apresentam um desenvolvimento uniforme e chegam mais rápido ao peso de abate. Se o criador engordar os animais separadamente por sexo, os machos chegarão ao peso de abate dez dias antes que as fêmeas; estas porém, terão um melhor rendimento de carcaça, uma melhor conversão alimentar. Para esta prática, recomenda-se um programa de alimentação por sexo.

Instalações:

É um fator importante a considerar. há anos atrás, achava-se necessário que a orientação do galpão de terminação no sentido Norte-Sul. hoje, não é necessariamente obrigatório construí-lo neste sentido, principalmente se a granja estiver localizada em região de clima quente. De um modo geral, deve construído de tal maneira que o sol corra em cima da cumieira.
Cada repartição do galpão de terminação deve alojar de 20 a 25 animais e não mais. O piso deve ter uma declividade de 2cm no sentido do corredor para as paredes laterais.

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