terça-feira, 26 de julho de 2011

Equinocultura



Como criar cavalos:
Criar e cuidar de uma égua grávida, para não falar de um potro, é uma grande decisão e responsabilidade. Há muitas coisas a se considerar depois decidir reproduzir sua égua. Se você não está familiarizado com a reprodução e com os cuidados de uma fêmea grávida, o melhor é procurar ajuda profissional sobre reprodução e ter alguém que possa ajudar a responder qualquer pergunta ou preocupação que você possa ter. Algumas das coisas que precisam ser levadas em consideração antes mesmo da reprodução ocorrer são:
1.    A época do ano – As éguas têm um acasalamento natural. A maioria das éguas têm cios regulares durante a primavera e verão, cessando durante o outono. Estes cios são acionados por um clima mais quente, que estimula o cérebro a produzir hormônios reprodutivos. Com alguns cavalos puro sangue, a luz artificial e o calor - como a luz elétrica em estábulos – farão a égua procriar mais cedo e dar a luz o mais perto do 1º de janeiro possível (o aniversário oficial de todos os cavalos puro sangue de corrida). Mas normalmente, os meses mais comuns para uma égua dar a luz é a partir de maio até julho. Então, sabendo que o período da gestação duma égua dura onze meses, o melhor momento para fazer a égua procriar é de junho a agosto.
2.    Prós e contras de se reproduzir - Apesar de existirem vantagens em fazer sua égua procriar, há pontos negativos também. A maioria das éguas não tem qualquer dificuldade na gestação e tem um parto bem sucedido, mas às vezes surgem problemas. Quando pensar em procriar sua égua, você precisa se certificar de que tem tempo para o trabalho duro e instalações especiais, tal como uma área separada a fim de afastar o potro. Reproduzir puro sangues pode ter um benefício financeiro, já cruzamentos entre raças não oferecem tanto, apesar de gerar potros amigáveis. Com os garanhões você não tem que preocupar-se depois da procriação, mas há incidentes que podem acontecer durante o cruzamento que podem causar danos, como a égua chutá-lo.
3.    Idade para a reprodução - A maioria das éguas são capazes de procriar em seu primeiro cio, com cerca de 18 meses de idade, até que elas parem de ter cios regulares. A maioria dos criadores gostam de começar quando a égua tem quatro anos porque ela já parou de crescer nessa idade. Às vezes, a égua ainda pode reproduzir com mais de 15 anos. Com garanhões, a maioria dos criadores tentam dar adestramento quando o garanhão tem dois anos, a fim de que ele seja mais fácil de lidar quando começar a reproduzir com três ou quatro anos. Não inicie a reprodução de seu garanhão muito jovem ou você nunca mais vai conseguir treinar ele.
Se você já considerou tudo isso e ainda quer procriar seu cavalo, muito bem, ter um novo potro é sempre emocionante! Você continuará uma grande linhagem, com atributos que anteriormente te convenceram a criar seu cavalo. A reprodução é uma ação natural para os cavalos e há muitas maneiras de se realizar essa tarefa. Existem três formas básicas que os criadores de cavalo utilizam para fecundar uma fêmea:

1.    Inseminação artificial - Esta forma de reprodução é mais comumente utilizada em cavalos caros. A inseminação artificial permite a você a escolher as características que deseja para a raça, embora possa ser muito caro obter sêmen. O sêmen é retirado de um garanhão enquanto ele tem relações com uma égua  "falsa" e ejacula em um tubo. A coisa boa deste tipo de reprodução é que a maioria das amostras são verificadas em relação a fertilidade.
2.    Reprodução aberta ou descontrolada - A maior parte do tempo o domador, quer do garanhão ou da égua, vai conduzir seu cavalo para o estábulo de outro domador, onde a égua e o garanhão são colocados juntos e são permitidos reproduzir naturalmente. Este é o procedimento mais natural e mostra-se bastante bem sucedido, embora possa demorar várias tentativas, dependendo dos cavalos.
3.    Reprodução monitorada ou controlada – Essa é quando ambos domadores estão no local com seus cavalos. Eles normalmente ficam no cabresto e sendo conduzidos, o domador do garanhão pode ter um chicote ou outro dispositivo para que possa manter o garanhão sob controle. Esta é uma das formas mais perigosas de se reproduzir, porque nunca se sabe como a égua ou o garanhão vão reagir e isto coloca você no meio, por assim dizer.
Assim que estiver concluída a reprodução, espere pelo menos um mês (a época que a égua vai estar no cio) para marcar uma consulta com o veterinário. Ele pode confirmar se sua égua está realmente grávida. A maioria dos criadores oferecem garantias, de modo que se a égua não ficar grávida, você pode tentar de novo até que ela fique. Assim que a reprodução estiver confirmada, é seguro continuar exercitando e montando na égua. A maioria delas pode ser montada até que estejam com a data certa para parir, dependendo do tamanho da égua.
Como compreender a gestação e parto de um cavalo
A gestação em uma égua é de aproximadamente 340 dias, mas pode ser também de 330 a 350 dias. Embora a idade e histórico de gestação da égua sejam papéis determinantes para determinar o período da gestação, o clima no momento em que a égua está para parir parece ser o principal fator para determinar se o potro vai nascer mais cedo ou mais tarde. Se o tempo estiver quente, a gestação vai ser mais curta e se estiver frio, vai ser mais longa.
Durante a gestação, a égua ainda pode ser montada e ser mantida a rotina habitual com ela para que quando chegar o momento de parir seja mais fácil para ela. A maioria diz para não transportar nada, pular, ou fazer cavalgadas pesadas quando a égua estiver em seu sétimo mês por causa da pressão que isso cria. Para prever quando a égua vai parir, basta subtrair 25 dias a um ano a partir da data de reprodução oficial ou suspeita.
Há vários sinais quando uma égua está perto de parir. Estes são:
•    2-6 semanas antes de parir – As mamas aumentam e as veias do leite debaixo de seu ventre podem também ficar maiores e se destacar.

•    7-10 dias antes de parir - Os músculos na área da garupa encolhem devido ao relaxamento dos músculos pélvicos e ligamentos, o abdome desenvolve um ponto na porção mais baixa, enquanto a vulva se amplia e relaxa. Os músculos da cauda e do quadril descem, resultando na cauda para cima.

•    4-6 dias antes - As tetas se enchem e os mamilos podem tornar-se brilhantes e firmes.

•    2-4 dias antes - Uma secreção gordurosa acumula-se nos mamilos.

•    24 horas antes - A gordura diminui e leite escorre dos mamilos.

Existem quatro etapas envolvidas quando uma égua está pronta para parir. Estas são:
1.    A primeira etapa para a égua é a preparação. Ela fica muitas vezes nervosa, se deitando e levantando com freqüência. Também é comum a cauda se elevar ou sacudir, sudorese, urinação e sinais de cólica leve como olhar para o abdômen, dar patadas no chão, deitar-se e sudorese leve. Esta fase dura geralmente 2-3 horas. Depois começam as contrações, quer sejam uterinas ou transitórias, é hora de ficar de olho nela. Leve-a até um lugar seguro e seco no curral ou em um grande celeiro com um lugar para deitar limpo. O potro está prestes a nascer. O final desta fase é marcado pela expulsão de 2.5 litros de "água" ou fluido corioalantóico. Infelizmente esta primeira fase começa à noite, por isso é normalmente não visto.
2.    A segunda fase é a ativação. A contrações uterinas aumentam e o colo do útero se dilata. A égua pode se deitar, rolar, e levantar várias vezes durante esta fase. Os pés do potro vão sair primeiro - o fundo dos cascos vão estar virados para baixo, com o nariz logo atrás deles. Esta etapa geralmente leva 10-15 minutos. Se ocorrerem problemas, geralmente é nessa fase que eles são corrigidos.
3.    A terceira fase é a expulsão do feto, quando a égua se deita e o parto começa. Esta etapa dura aproximadamente 15 minutos. Após o potro nascer, a égua geralmente descansa por 10-15 minutos e permite que o potro se acostumar com o lugar. O cordão umbilical pode ser cortado ou não, já que quando o potro se levantar, ele irá arrebentar e deve ser tratado com iodo.
4.    A última fase é a expulsão das membranas. Sinais leves de cólica podem ser vistos novamente quando isto acontecer, e pode continuar por algumas horas. Esta fase ocorre normalmente de 15 minutos a 1 hora após o nascimento. Se isso não acontecer em 6-9 horas, um veterinário deve ser chamado porque manter a placenta pode causar problemas como laminite, metrite, e infertilidade.
Deixar a égua em paz para parir é normalmente o melhor a se fazer, embora alguns instalem câmeras para acompanhar o processo sem perturbar a égua. Se você estiver preocupado com a saúde e a segurança de sua égua, você pode considerar esta opção. O parto geralmente se inicia a noite e acaba no início da madrugada. Mas não apresse a égua – deixe-a parir naturalmente e sem interferências. Após o parto, o potro deve ficar com a mãe de 30 minutos a 2 horas. O colostro está presente neste leite e contem anticorpos essenciais para as necessidades do novo potro.

Como ensinar um cavalo a levar uma pessoa no dorso:
Ensinar um cavalo a levar uma pessoa (ser cavalgado) pode ser fácil ou difícil. O nível de dificuldade depende de dois fatores principais: a idade e o tamanho do cavalo. Evidentemente, quanto mais jovem e menor for o cavalo, mais fácil será ensiná-lo a levar uma pessoa.
O equipamento necessário não depende do tamanho do cavalo. De qualquer modo, fácil ou difícil, o treinador precisará de um cabresto bem ajustado, uma rédea e um chicote.

          Conforme mencionado antes, é mais fácil ensinar um cavalo a levar uma pessoa se ele ainda for um potro, e não tiver sido afastado da sua mãe. Se este for o caso, é mais fácil para todo mundo se houver duas pessoas envolvidas no treinamento: uma para manejar a égua, e outra para manejar o potro.
·         Primeiro, capture e ponha cabresto na mãe do potro. Depois de ter pego a mãe, capture e ponha cabresto no potro. É bem provável que seja necessário as duas pessoas para capturar o potro e por-lhe um cabresto nas primeiras vezes, especialmente se ele não estiver acostumado a ser manejado pelas pessoas. É claro que, se este potro teve contato humano desde que nasceu ou logo após, este passo é fácil. Se o potro não teve nenhum contato humano, este passo pode ser um dos mais difíceis de realizar, ao menos nas primeiras vezes. No entanto, com um pouco de paciência este passo torna-se mais fácil.
·         A pessoa que está manejando a égua deve começar a conduzir a égua lentamente para diante, e a pessoa que está manejando o potro deve deixá-lo seguir a égua. O treinador do potro deve segurar a rédea deixando-a um pouco solta, mas não pendurada o suficiente para enroscar-se no potro ou no treinador.
·         Repita os passos 1 a 3 até que o potro esteja seguindo a sua mãe sem problemas. Estes três passos são importantes porque permitem ao potro começar a andar acompanhado de uma pessoa, bem como acostumar-se com o cabresto e com a rédea. Estes três passos também ajudam a acostumar o potro a ter a pessoas tocando-o e manipulando-o. Com a sua mãe por perto, o potro não se estressará tanto quanto se estressaria se ela não estivesse participando deste treinamento.  
·         O passo 4 tem lugar depois que o potro estiver andando com uma pessoa, sem problemas, seguindo sua mãe. Este passo coloca o potro em contato com uma rédea mais curta, o que põe mais pressão sobre a sua cabeça, através do cabresto. O treinador encurta a rédea para um comprimento em que seja confortável para ele conduzir um cavalo, e segura o excesso com a mão esquerda. No entanto, não enrole o final da rédea na mão esquerda, porque isto se tornará um problema se o potro resolver fugir. O potro é conduzido andando atrás da égua durante alguns dias, com a rédea encurtada entre o potro e o treinador. Agora também é uma boa hora para começar a virar o potro enquanto ele está sendo conduzido. O treinador vira o potro simplesmente segurando a rédea abaixo do queixo do potro com a mão direita, e puxando-a na direção para onde quer virar. Este passo ajuda o potro a acostumar-se mais com o treinador e com a sensação da rédea e da pressão do cabresto em sua cabeça.
·         Agora, a meta é ensinar o cavalo a andar lado a lado com outro cavalo. O treinador irá mover o potro para perto de sua mãe. O treinador deve ficar do lado do ombro esquerdo do potro, entre o potro e sua mãe, olhando para a mesma direção que os dois cavalos. Os dois cavalos são conduzidos, lado a lado, por mais alguns dias, até que o potro esteja à vontade com este passo. Este passo é importante para ensinar ao potro que ele pode ser conduzido ao lado de outro cavalo, sem ter que necessariamente segui-lo de perto, atrás. Este passo pode ser realizado com outro cavalo que não a mãe do potro. Este é o último passo, antes de conduzir o potro isoladamente. O potro ainda poderá protestar, empacando (recusando-se a andar) ou disparando (tentando fugir). O treinador deve estar preparado para lidar com qualquer das duas situações, e continuar a conduzir o potro até que ele se deixe conduzir corretamente, sem ter nenhuma destas reações impróprias.
·         Ajuste fino da condução do potro. Neste passo, o potro é ensinado a permanecer em seu espaço, ou deixar espaço entre ele e o treinador. Este espaço pode ser importante se o potro levar um susto e resolver correr. Para realizar esta parte do treinamento, simplesmente empurre o potro na distância desejada, com a sua mão direita. O comprimento da rédea também auxiliará a determinar a distância a que o potro fica do treinador. Quanto mais curta for a rédea, mais perto o potro estará do treinador.
Se o potro já foi afastado de sua mãe, pode ser um pouco mais difícil ensiná-lo a levar uma pessoa no dorso, mas ainda assim pode ser feito. Os passos para ensinar um cavalo a andar sem o auxílio de sua mãe são diferentes dos passos do treinamento em que a mãe está envolvida.

·         Reúna o equipamento, que é o mesmo utilizado para ensinar um potro com a ajuda da mãe (um cabresto, rédea e um chicote). A única diferença é que o cabresto e a rédea para a égua não são necessários. Ainda é útil ter mais uma pessoa auxiliando no treinamento, para o caso de o treinador precisar ajuda adicional com o cavalo. O treinador também precisará muita, muita paciência e perseverança, provavelmente mais do que um treinador que está ensinando um potro com a sua mãe.
·         Capture o cavalo. Este pode ser o passo mais difícil de todos, especialmente se é um cavalo em que nunca foi posto cabresto, ou que nunca teve contato humano. O treinador poderá precisar de ajuda para este passo. Eu descobri que a maneira mais fácil de capturar um cavalo nesta situação é cercá-lo em um canto, de modo que o cavalo possa ver o treinador, ao mesmo tempo em que você se mantém afastado da cerca. O cavalo estará entre o treinador e o canto. Quando o cavalo estiver restringido ao canto e encarando o treinador, o treinador caminhará até o ombro esquerdo do cavalo, em silêncio e segurando o cabresto e a rédea.
·         Os treinadores devem sempre estar atentos á sua localização em relação ao cavalo. O ombro esquerdo é um bom lugar para estar porque nesta situação existe pouco perigo de um coice ou de o cavalo disparar. Então, o treinador passa a rédea em volta do pescoço do cavalo e, enquanto segura o cavalo com a rédea, coloca o cabresto na cabeça do cavalo.
·         Estando parado ao lado do ombro esquerdo do cavalo, o treinador segura a rédea com a mão direita, deixando uma tira suficiente para permanecer a uma distância segura do cavalo, mas esticada o suficiente para o treinador ser capaz de controlar o cavalo. A seguir, o treinador segurará o restante do comprimento da rédea com a mão esquerda, tendo o cuidado de não enrolá-la na mão. Neste momento, a rédea está corretamente colocada nas mãos do treinador, e é hora de o mesmo segurar o chicote com a mão esquerda, com o cabo para cima e as tiras do chicote para baixo. O treinador deve manejar o chicote com muito cuidado e critério, e não mostrá-lo nem utilizá-lo para assustar ou intimidar o cavalo. Agora, o treinador deve caminhar devagar para frente, aplicando uma pequena pressão à rédea, que se transmitirá para o cabresto, sinalizando ao cavalo para se mover. Então, o cavalo terá uma das seguintes reações: deixar-se conduzir facilmente, recuar ou tentar sair em disparada. O treinador deve estar preparado para qualquer uma destas três reações.
·         
O quarto passo depende da reação do cavalo no terceiro passo:

  1. Se o cavalo simplesmente andar com o treinador como se já estivesse habituado a ser conduzido, o treinador deve simplesmente continuar a executar os três primeiros passos, até ter certeza de que o cavalo está-se deixando conduzir sem problemas.
  2. Entretanto, se o cavalo resolver recuar ou fugir do treinador enquanto este tenta conduzi-lo, o treinador deve erguer a rédea, procurando obter o controle sobre o cavalo. Isto em geral é conseguido puxando a cabeça do cavalo, de modo que ele fique olhando para o treinador. Quando o cavalo estiver sob controle e o treinador o fez recuperar a compostura, o treinador pode tentar novamente conduzir o cavalo.
  3. Se o cavalo tentar sair em disparada, ou recusar-se a se mover, o treinador deverá utilizar as tiras do chicote para dar pequenas pancadas na parte traseira do cavalo. Isto é feito com muito cuidado, com o chicote na mão esquerda do treinador, e por trás das costas do treinador. Nunca bata com força com o chicote; você não está disciplinando o cavalo, está apenas tentando instigá-lo a se mover. O treinador deve segurar a rédea firmemente esticada enquanto realiza estas ações, porque o cavalo pode alternar entre ir para frente para correr, ou voltar para trás para recuar; o treinador deve estar preparado para qualquer destas duas reações.
·         O próximo passo é fácil de lembrar, mas pode não ser muito fácil de ser realizado. Simplesmente repita os passos de 1 a 4 diariamente, ou até não encontrar mais problemas em conduzir o cavalo. O tempo necessário para treinar um cavalo para se deixar conduzir depende inteiramente do cavalo e do treinador. Alguns cavalos necessitam de mais tempo para serem treinados, e alguns treinadores conseguem fazê-lo mais rapidamente porque têm mais experiência em treinar cavalos.

Ferramentas Necessárias:

·        - Cabresto
·        - Rédea

Avicultura



A produção avícola brasileira passou por um processo de transformação nos últimos anos se destacando com uma avicultura competitiva no mercado.

            As mudanças de hábitos alimentares de uma significativa parcela da população, notadamente de maior poder aquisitivo, vem ampliando a procura por alimentos cuja origem seja uma produção mais natural.

            A “velha” galinha conhecida como “pé duro ou caipira” dos terreiros com potencial produtivo de apenas 50 a 80 ovos por ano existe em mais de 80% das propriedades rurais e tem contribuindo para melhorar a alimentação das famílias e muitas vezes auxiliando como parte da renda na economia familiar.

            O programa de seleção das aves para serem criadas em sistema caipira, procurou encontrar um ponto de equilíbrio entre o passado e o futuro e entre a rusticidade e a produtividade, apresentando aves com potencial de produção de 270 a 300 ovos ao ano e também aves especializadas para produção de carne com a vantagem da comercialização de um produto diferenciado com melhor remuneração por parte do mercado consumidor.

            No sistema de produção proposto a escolha do tipo da ave a ser criada é de fundamental importância, e para promover a máxima capacidade produtiva da ave, além de outros aspectos como nutrição, ambiência, sanidade e manejo.

Classificação das aves de acordo a sua função econômica:
- Para produção de ovos (poedeiras).
- Para produção de carne (corte).
- Dupla aptidão.

Tabela sobre consumo de ração para produção de carne – “ave tipo pesada”
 
Critério
Tipo de ração
Confinado 1º dia
até o abate
Comercial 3100 kcal
Livre 30º dia
até o abate
Caipira 2850 kcal
Idade (dias)
Peso Vivo (g)
Total de Ração kg
Idade (dias)
Peso Vivo (g)
Total de Ração kg
28
280
0,980
28
598
1,052
35
930
1,740
35
818
1,480
42
1180
2,350
42
1038
2,070
49
1445
3,110
49
1271
2,790
70
2210
5,750
70
1950
5,050
84
2485
6,760
84
2175
6,120
90
2730
8,160
90
2402
7,206
Fonte: Avifran

            Com investimentos relativamente baixos e instalações de fácil construção com simples técnica de manejo, a criação em sistema caipira tem se mostrado lucrativo, principalmente, para pequenos produtores, pois tem a vantagem da comercialização de um produto diferenciado com boa procura e melhor valor de comercialização.

            Esse sistema de criação é simples, as aves devem ter dietas mistas, compostas de ração balanceada, complementada com produtos da região e pasto de boa qualidade para que possa ser direcionada como alimentação suplementar, pois a alimentação convencional chega a representar hoje cerca de 89% dos custos de produção (planilha em anexo).

            As aves devem ser soltas durante o dia para que possam ciscar, tomar sol, com isto se exercitam, em fim terem uma vida natural e mais saudável.

            Para iniciar nesse sistema de criação é necessário procurar um profissional da área para que possa lhes orientar.

            Quando for planejar as instalações, elas devem oferecer: conforto ambiental, condições ideais de manejo, proteção contra predadores, cuidados estes que não devem ser ignorados sob pena de comprometer todo o projeto.

CHEGADA DOS PINTOS:
- antes do recebimento dos pintos, certificar-se que o galpão e os equipamentos estão limpos e em boas condições de funcionamento;
- abasteça com água com açúcar (50 gramas/litro de água) e ligue a fonte de calor antes de soltar os pintos no circulo;
- observar o comportamento dos pintos (vê ilustração);
- manter atualizado os registros na ficha de controle zootécnico (em anexo).

MANEJO BASICO:
            Mesmo sendo resistentes e geneticamente selecionadas para serem criadas em sistema semi-intensivo, estas aves têm como fundamental os bons cuidados principalmente no primeiro mês.
Adquirida as aves, é preciso respeitar uma rotina de trato que assegure seu crescimento rápido e saudável. Uma primeira recomendação é evitar o estresse das aves e adaptar a estrutura ao criatório a cada etapa de seu desenvolvimento. Tudo deve mudar gradativamente e o que nunca deve faltar é:
- limpeza do ambiente;
- temperatura adequada;
- disponibilidade de água limpa, fresca e de ração específica.

            Na chegada das aves com um dia, depois de soltá-las dia devem receber água com “açúcar” (50 gramas/litro de água) para hidratar e aumentar a sua energia e a partir daí colocar a ração.
Para uma boa criação, é fundamental selecionar os pintos que estão sendo incorporados ao plantel como:
- peso de 40 a 45 g. O mínimo aceitável é 35 g. independente da linhagem ou raça;
- pluma sedosa e seca;
- olhos vivos;
- tamanho e cor uniformes;
- pele dos pés brilhante, nunca seca ou rachada;
- sem defeitos, com pés tortos, bicos cruzados, aspecto apático.

            Nos primeiros dias, o principal inimigo da criação capaz de exterminá-la é a falta ou excesso de calor. As aves ainda não desenvolveram a capacidade de controlar a temperatura do seu corpo, por isso ficam inteiramente sujeitas às variações externas. Um pintinho nasce com 39,8ºC e cabe ao criador atenuar as diferenças entre as temperaturas do corpo e a do meio ambiente. Essa medida se faz com campânulas elétricas ou a gás, indicados para lotes de até 500 pintinhos. Tome como referência à fonte de calor e calcule no chão um raio de 1,20 m para erguer um círculo de retenção das aves que pode ser feito com folha de compensado (tipo eucatex) e deve ter uma altura de aproximadamente 0,60 m.

            O comportamento da ninhada dirá se a temperatura dentro do círculo está ou não adequada. Pintinhos amontoados junto à lâmpada e piando indica calor insuficiente. Ao contrário, se permanecerem distante da campânula, mas piando, há excesso. Bom sinal é vê-los regularmente distribuídos, em silêncio, alimentando-se normalmente.
                                    
            Por volta do 14º dia a penugem cai e surgem as penas que constituem um bom isolante térmico. O círculo de proteção não é mais necessário. Dependendo da época do ano, a campânula também poderá ser desativada – primeiro durante o dia, depois à noite.

            A alimentação nessa primeira fase muda também gradativamente, tudo em função da idade e do tipo da ave a ser criada. Ela pode decidir a falência ou a rentabilidade do negocio. A Alimentação Convencional representa cerca de 89% dos custos variáveis com a avicultura; é simplesmente insuportável para o pequeno criador. Como contornar? Existem algumas possibilidades!

            Produzir a própria ração – essa alternativa só é válida para criações acima de 500 cabeças, e antes de tudo é necessário que se faça “muita conta” para avaliar se é ou não viável.

MANEJO DAS AVES PARA PRODUÇÃO DE OVOS.

            Para iniciar a criação de aves para produção de ovos, o produtor deve escolher com que tipo de ave ele vai trabalhar em seu aviário, associada à preferência do mercado consumidor. Essa ave deve ter: baixa mortalidade, resistência a doenças, baixa relação entre consumo de ração e postura de ovos, além de uma capacidade para postura acima de 240 ovos/ano com boa capacidade de pigmentação da gema.

            A fase inicial ou fase de cria é a mais sensível da criação, vai desde o primeiro dia até a 6ª (sexta) semana de vida.

            A fase de recria vai da 7ª até a 18ª semana é onde ocorre um grande crescimento das aves sendo determinante para a qualidade da futura poedeira.

Fase de pré-postura vai da 19ª até a 23ª semana.
Fase de postura vai da 24ª até a 70ª semana, quando devem ser descartadas.
 
Tabela: O ciclo de produção de ovos:
IDADE (EM SEMANAS)
PRODUÇÃO DE OVOS
De 17ª A 18ª
5 A 10%
De 19ª a 20ª
50%
De 28ª a 30ª
Mais de 90%
De 45ª a 70ª
Ocorre decréscimo na produção
Acima de 70ª
Descarte.

Critérios para seleção de poedeiras produtivas
Galinha em produção apresenta:
- crista e barbelas grandes de aspecto sedoso e coloração vermelha.
- cloaca oval e alargada e úmida.
- distância entre ossos da pelve de 3 a 4 dedos.
- abdômen macio.

Galinha fora de produção apresenta:
- crista e barbelas pequenas, secas e escurecidas.
- cloaca estreita, circular, pálida e seca.
- distância entre os ossos da pelve de apenas 2 dedos.
- abdômen duro e pequeno.

            A presença dos galos é muito importante, apesar de comerem mais que as galinhas e não botarem ovo, pois as galinhas se comportam mais tranqüilas, “ficam mais felizes” e isso tem importância fundamental também no aspecto sanitário, visto que o estresse é reconhecidamente um fator predisponente para doenças que acabam causando grandes prejuízos na avicultura.

            Manejo Alimentar – a parte nutricional é um dos fatores que mais interferem no resultado produtivo do lote.

            Todo o programa alimentar de aves está baseado na função, idade e peso dos animais, assim deve-se fornecer uma ração especifica para cada período de desenvolvimento das aves. O aproveitamento de restos de horta e cascas de frutas na alimentação das “galinhas” criadas em sistema caipira é recomendável, desde que esses restos sejam oferecidos como complementação à ração balanceada e não como dieta principal das aves.

Tabela: Relaciona a função econômica, idade e tipo de ração que deve ser fornecida as aves:
Alimentação Por Idade   
Tipo de Ração
A) Aves para corte

1 a 30 dias
Ração Inicial
31 a 42 dias        
Ração de crescimento engorda.
43 ao abate            
Ração de acabamento.
B) Aves para postura

1 a 10 semanas
Ração para pintinhas.
11 a 18 semanas
Ração para frangas.
Mais de 19 semanas
Ração para postura.
Revista: Escala Rural – Ano III- Nº 18

            A alimentação vegetal pode suprir cerca de 25% das exigências nutricionais das aves. Os vegetais crescem recebendo a energia do sol, e estão repletos de caroteno, vitaminas, minerais e força vital. As ingestões de gramíneas, leguminosas e outras fontes vegetais fornecem vitaminas e minerais as aves, coferindo-lhes resistência às doenças e modificando a qualidade de seus ovos tornando suas gemas mais vermelhas e ricas em vitamina A e com melhor valor comercial.

Coleta e classificação dos ovos:
            Os ninhos devem ser usados exclusivamente na fase adulta das aves em postura, são muito importantes para garantir ovos de boa qualidade, mais limpos e com menor riscos de contaminação. Eles devem ser mais altos que o piso, com aproximadamente 40 centímetros de largura, 30 de altura e 30 de profundidade, com uma boa “cama” sedo suficiente para abrigar de quatro a cinco galinhas.

            Os ninhos têm a função de proporcionar um local macio e aconchegante para a postura dos ovos. Cerca de 60 a 70% da postura é realizada pela manhã. Existe a necessidade de realizar a maior parte da coleta dos ovos neste período, para que eles não fiquem acumulados nos ninhos e possam quebrar ou trincar. Durante a coleta, é aconselhável que os ovos sejam colocados em bandejas plásticas ou de papelão com a extremidade mais fina voltada para baixo, pois a utilização de baldes ou cestas, ocasionam um alto índice de ovos trincados e quebrados, apesar da casca do tipo caipira ser mais resistente. Após a coleta, os ovos devem seguir para a sala de classificação, onde serão limpos a seco com uso de uma esponja. Por se tratar de um produto perecível, deve-se observar o período de consumo do ovo, que gira em torno de 15 a 25 dias.

Sanidade – O melhor remédio é a prevenção e o criador deve saber que aves bem alimentadas e com bom manejo são mais resistentes.

            A prevenção das doenças é de grande importância na manutenção da saúde das aves, que consiste em um conjunto de praticas que envolvem higiene, profilaxia e combate sistemático a endo e ectoparasitas, para isso procure o méd. veterinário na sua região para indicar o melhor calendário destas, em função da realidade epidemiológica onde está localizada a sua criação. As vacinas são estritamente necessárias para garantir a saúde das aves.

            A verminose, também se constitui num sério problema nas criações mal orientadas.
As aves são também atacadas por ectoparasitos que lhes ataca a plumagem ou roubando-lhes o sangue e veiculando as doenças.

            No sistema semi-intensivo, o ambiente deve ser menos estressante que numa granja convencional, pois as aves interagem com as forças da natureza, que as torna mais saudáveis.